Para quem se interessa por estas coisas da política (elas dizem-nos directamente respeito), não pode deixar de seguir com particular interesse o caso da Grécia.
O braço de ferro entre as partes está estabelecido e se a corda parte poderá não trazer beneficio a nenhum dos lados. O Syriza está a tentar não defraudar as expectativas dos que o escolheram para formar governo e, de certo modo, bater o pé aos poderosos que efectivamente mandam na UE. Sendo certo que a chantagem por estes exercida contra o povo grego, e por extensão aos povos do sul, é um facto! Sendo também um facto que esses poderosos só respeitam a autenticidade democrática quando o resultado lhes é favorável! Por outro lado os poderosos fazem todos os esforços para que o governo grego siga as políticas por eles impostas de modo a este sair queimado perante o seu povo e sobretudo perante os que nele confiaram o seu voto. Aceitar tais imposições seria uma derrota humilhante para o Syriza, seu governo e sobretudo para o povo grego. De certa forma essa humilhação atingiria também os países do sul, por se encontrarem em situação semelhante. Mas existe o tal factor importante que obriga os poderosos a tomar alguns cuidados, não vá a Grécia ter que sair do euro, e nessa altura pode acontecer o principio do fim da UE, dominada por capitalismo retrógrado. A verificar-se o desmoronamento da união monetária e da UE, ficariam no imediato todos a perder, mas certamente, com a recuperação da soberania aos países mais pobres, seriam os mais ricos a não explorar da mesma forma os mais fracos.
Ficaremos atentos, que os gregos não se dobrem perante os poderosos e arrogantes, e sirva de exemplo aos povos em circunstancias semelhantes, sobretudo a nós portugueses.
Os fortes nem sempre ganham!!!
Luis Cardeira
Luis Cardeira