A ASSEMBLEIA DE 30 DE MARÇO DA COOPPOVO - A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O SEU CONDICIONAMENTO.
Após tomar conhecimento a quase um ano do ato eleitoral da Cooppovo, de que não havia ninguém que se propusesse a formar uma lista concorrente aos órgãos sociais, tomei a liberdade de avançar para que a vida desta empresa cooperativa não terminasse ingloriamente, apesar de suspeitar das enormes dificuldades econômico/financeiras existentes. Estava em causa o emprego dos trabalhadores, mas também os benefícios econômicos aos respetivos sócios/consumidores. Desta forma, e porque é meu principio proceder em toda a linha com honestidade e transparência, propus-me fazer alguns contatos que achei pertinentes, tanto no sentido de melhor informação contabilística, como dever informativo da minha iniciativa para com a instituição política com responsabilidades históricas nesta empresa cooperativa. Aqui, fui informado que já havia uma lista em formação. Fiquei algo surpreso, quando meses antes não se vislumbrava alguém para assumir tamanha responsabilidade! Claro que já tinha dado a conhecer a minha iniciativa de forma informal, tendo nessa altura o meu interlocutor afirmado perante a minha pessoa que o partido não formava lista. Nada disso. Foi exatamente do partido que saiu a unica lista concorrente. Coerência, onde?!
Apesar do esforço, não foi possível completar a lista até à data do ato eleitoral, completando-se poucos dias depois como prevenção para qualquer eventualidade. Não obstante, foi notado algum indicio de tentativa para que a mesma não se constituísse, não compreendendo porquê, visto estar em causa, na qualidade de sócio em pleno gozo dos meus direitos e deveres, a liberdade de opção, a democracia, o interesse pela vida da empresa e consequentemente o futuro dos postos de trabalho.
Posto isto, na assembleia geral de 6 de Janeiro, tomei nota duns discursos de consumo imediato onde fui indiretamente acusado de provocar divisionismo, com o qual se poria em causa o emprego dos trabalhadores. Até parece que estávamos num combate de politica partidária/eleitoral, cujos intervenientes se situavam no mesmo campo ideológico. Enfim, criancices sectárias! O divisionismo, este sim, estava bem patente na sala onde decorreu a assembleia, em que um pequeno grupo de trabalhadores se destacou posicionalmente em relação aos restantes! Apetece perguntar, visto não estar vinculado a nenhuma instituição partidária, se tenho que prestar satisfações a quem quer que seja pela minha inciativa. Imagino se estivesse!... Mesmo assim, disponibilizei-me sempre para dialogar. Também se pode deduzir destes discursos acusatórios que qualquer outra iniciativa que não venha dos que se julgam senhores da Cooperativa, não é provida de capacidade para dirigir com sucesso os destinos da mesma. Mas, diz-nos a história que a Cooperativa nas mãos destes e doutros "oradores", teria encerrado a sua atividade tão depressa como abriu. Os últimos seis anos de gestão totalmente incompetente e infantil confirmam isso.
Noutra banda me sugeriram voltar a falar com a entidade com quem já tinha contatado. Ainda hoje estou para saber porquê, mas talvez entenda, tendo sido, na mesma conversa, pronunciado o nome de alguém com competência (na ótica do meu interlocutor) para inverter o rumo da Cooperativa. Dito isto, uma vez mais deduzo que alguém, na minha frente, me dizia, sem conhecer as minhas capacidades: "não tens competência para assumir tamanha responsabilidade". Mas, adiante.
A honesta inciativa que tomei sobre os contatos já anunciados, foi o pior que me podia ter acontecido. Quando pensava que estava entre amigos, enganei-me redondamente. É mais uma lição onde se ficou a conhecer muita coisa e nada se aprendeu!
Onde estava então essa rapaziada dos discursos tipo "lata de coca-cola", que informações recebiam sobre o estado da Coop, que consumo faziam que nunca antes os tinha visto dentro da Coop, quando eu passava por lá quase todos os dias a qualquer hora, quando nos últimos mandatos os empregos na Coop. estiveram sempre em risco? Para não falar do estado de decadência econômica/financeira que a Coop vinha sofrendo às mãos dum incompetente, armado em herói empreendedor, para quem, qualquer ideia que não surgisse do próprio não tinha qualquer valência e era para deitar abaixo sem argumentação válida, muito menos posta à discussão em reunião de direção. Que se deu ao luxo de tomar decisões, pelo menos uma, à revelia dos restantes membros da direção, com a total complacência de alguns, sobretudo no ultimo mandato. Um individuo que afirmava colocar em primeiro lugar os investimentos mais urgentes, quando em boa verdade se dava prioridade ao que era publicamente visível, em detrimento daqueles que só os trabalhadores conhecem.
Onde estava então essa rapaziada tão "defensora" dos postos de trabalho, enquanto alguns trabalhadores iam sendo afrontados nas suas liberdades básicas individuais?
E os inquéritos levantados a trabalhadores com base em suspeitas? Nenhum deles deu prova das acusações. Tudo leva a crer que se tratava de pura perseguição a alguns trabalhadores. Quem são na verdade os defensores dos trabalhadores, quando a prática para com alguns era bem ao nível dos mais ásperos patrões?
Trabalhadores mais antigos acusados de vícios, mas foi com muitos destes que a cooperativa cresceu.
Que informações tinham sobre um trabalhador que foi severamente magoado em plena reunião de direção com seus companheiros de trabalho, a cujos companheiros se deu inicio a uma tentativa de castigo por responsabilidades não assumidas pelo responsável maior da empresa, em que a determinada altura esse responsável toma a decisão de se levantar para sair sem dar por terminada a reunião que convocou, deixando a falar sozinhos os restantes presentes, incluindo o Eng. alimentar e a diretora financeira que já tinha dado sinal para falar, juntamente comigo? O trabalhador magoado acabou por sair passados poucos minutos sem sequer pedir licença, acabando por recorrer à baixa médica passado algumas semanas, não mais tendo regressado ao trabalho.
E as omissões perante os restantes membros da direção, do que verdadeiramente se passava dentro daquela empresa?
E as reuniões para resolver problemas em que o bom senso teria resolvido facilmente, que envolveram todos os órgãos sociais, mais a representante jurídica, onde ficou patente a figura de otários que fizeram todos à excepção do "herói" da direção.
Nem vou falar nalguns conflitos com alguns fornecedores, porque careço de informações detalhadas e precisas. Estes que são essenciais ao normal abastecimento da Coop., deve sempre prevalecer o bom senso no respetivo relacionamento, sobretudo num momento em que a Coop precisa mais deles do que eles da Coop.
Talvez gostem de saber que, depois de terminada a assembleia geral de 30 de Março, à saída da porta principal, onde estava à conversa um pequeno grupo de pessoas, entre os quais se encontrava o agora presidente da direção, em que este exibiu para mim um gesto físico que considero ameaçador, acompanhado duma frase sobre ética, creio, relacionada com a minha intervenção em plena AG, por considerar estar em causa a questão ética dum empresário insolvente candidato a dirigir o futuro da Coop., tal como acontece nas instituições publicas. Após ter passado por esse grupo de pessoas sinto a bater-me numa perneira das calças, um cigarro incandescente, sendo que, a unica pessoa que vi a fumar era a mesma que inclinou o corpo ameaçadoramente. O mesmo individuo, em silencio durante toda a AG, nunca se manifestou em sua defesa, após alguns oradores, incluindo eu, se referirem à sua condição de insolvente. Depois reage desta forma bem fora do local onde se devia ter defendido. Fica-se assim com melhor conhecimento do tipo de pessoa que assume a responsabilidade de dirigir uma empresa com mais de cinquenta postos de trabalho! Nem vou falar de pessoas que se fazem associados à pressa, dias antes, tal como esse sr. fez, para se candidatarem a um cargo de grande responsabilidade, algumas das quais nunca antes tinha visto na qualidade de sócios consumidores. O que move então as pessoas que parece só aparecerem para cargos de direção da Cooperativa?
E as irregularidades, durante e após o ato eleitoral de seis de Janeiro?!
Posto isto, mais ou menos o que pretendia expor no local certo (assembleia geral), na qual, quando no uso da palavra, vejo alguém à minha frente a acenar freneticamente para a mesa da assembleia. Fui de imediato interrompido pelo presidente da mesa para dar lugar ao orador que pediu a palavra. Nunca tal imaginei que fosse possível, interromper um orador sem que terminasse o seu discurso, a não ser por algum motivo que o justificasse. Não creio que situações semelhantes se passem noutras assembleias gerais, em organismos públicos e até privados, salvo se o orador usar de termos verbais inaceitáveis, não era o caso. Lamentável, quando a interrupção parte de alguém com responsabilidades públicas locais. Gostava de ver esse senhor a ser interrompido num organismo publico por motivos idênticos! É certo que o sr presidente da mesa, que parece desconhecer o que é isenção, sobretudo no cargo que exerce, perguntou-me com voz ingenua se queria continuar, ao que respondi, não. Quem nesta situação se sente em condições emocionais de continuar o discurso, depois de perder o fio à meada?! Só posso interpretar a interrupção como tentativa deliberada de me silenciarem. Pelos vistos há verdades que incomodam e por isso devem ser silenciadas. Não me causaria estranheza este acontecimento, se não viesse de onde vem.
Dado os princípios que tenho defendido toda a minha vida, tudo isto me leva a pensar que tenho andado errado há décadas. O orador em causa argumentou que eu estava a falar em abstrato e devia pronunciar nomes, quando o mesmo, minutos antes usou da palavra acusando alguém (sem mencionar nomes) de tentar confundir a atual direção da Coop. com a instituição política com que a Coop está conotada, como se isso não fosse verdade. Que excelente oportunidade para nada dizer! Até nas redes sociais se lê em abstrato do mesmo senhor! Por aqui se pode atestar a coerência de certas pessoas, que exigem dos outros o contrário da forma como se expressam.
Como se não bastasse, vem lá de trás outro orador como reforço do primeiro, afirmando que o melhor seria estar calado. Oh senhores, essa liberdade de expressão, cujo condicionamento e proibição julgava banida há mais de quarenta anos?! Significa que o direito a falar em abstrato é só para alguns, como se do assunto em apreço não se percebesse perfeitamente de quem se tratava. Da mesma forma como percebi que os tais discursos eram dirigidos à minha pessoa. Forma ardilosa e subtil de calar a voz dos outros, daqueles que não encobrem arbitrariedades e injustiças, venham elas de onde vierem. Sem margem para duvidas, fui um alvo a abater neste processo.
Portanto, para terminar, e por muito que isto custe a certos senhores, tomei a liberdade de exercer publicamente um direito, o qual me foi condicionado no local certo, Assembleia Geral de 30 de Março de 2017.
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