segunda-feira, 16 de novembro de 2015

LÁGRIMAS SECAS.

Nunca modifiquei a minha foto de perfil por causa fosse do que fosse. A bandeira do meu país tem como cores base o verde e vermelho, e se tivesse que mostrar sentimentos através das cores duma bandeira, seria por esta, cuja bandeira tem sido muita vez traída e desrespeitada por certa classe política bem conhecida de todos. Alguns familiares dos mais queridos já foram e nem por isso me pintei de preto para mostrar aos outros o que sinto. Sei que gostavam de mim e eu deles, isso basta, não importando o que os outros possam pensar.
Os meus sentimentos por aqueles inocentes a quem tiram a vida indiscriminadamente, seja na França ou noutro qualquer lugar do planeta, não estão na exibição de cores dum país no meu perfil. Os sentimentos mais nobres de cada um de nós estão nas ações da vida prática para com os nossos semelhantes. Não são os símbolos, sejam eles quais forem que os definem. Se tivéssemos que mostrar sentimentos por todos os crimes que se cometem no mundo, não havia cores que chegassem para o demonstrar!  É por isso que uma vez mais afirmo que muitos governantes de m{#)@ do ocidente derramam lágrimas hipócritas de crocodilo sobre as vitimas que vão sendo assassinadas pelas armas por eles fornecidas. São armas que acabam virando-se contra o feiticeiro, mas acertam ao lado.
Infelizmente continuamos a viver num mundo de mentira, de ilusão e de hipocrisia absolutas, e sobretudo de guerras injustas. Apesar de muitos povos terem ao seu dispor a liberdade de escolher quem dirige os seus destinos, esta liberdade é condicionada pela manipulação e exploração da ignorância política duma grande parte do povo inculto e isolado, sem acesso a informação verdadeira. É assim que inocentemente os povos são vitimas das ações dos carrascos que escolhem para governar. 
Há mentalidades incutidas e enraizadas que demoram séculos a dissipar-se. É um processo lento, mas o dia da verdade acaba por chegar. É assim que muito lentamente os povos se vão libertando dalguns mitos e preconceitos, o que levou a que se registasse em Portugal nas ultimas eleições uma lenta e tímida viragem na política, o mesmo vai sucedendo um pouco por todo o mundo. 
Que o mundo esteja no inicio duma inversão de valores e práticas criminosas e terroristas, creio ser o desejo ardente dos povos simples que lutam por uma paz verdadeira e duradoira, sem hipocrisia nem mentira.

Luis Cardeira

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O ACORDO, ONDE ESTÁ O ACORDO.


Depois dum sem número de patranhas e tantos anúncios de governação ilusória, veio a campanha eleitoral do medo propagandeada até à exaustam. Não só ao longo dos quatro anos de desgovernação, em que massacraram o publico, acusando indiscriminadamente o partido socialista como sendo a raiz de todos os males deste país (e não se lembraram do papão comunista), como depois no período eleitoral em que montaram uma campanha feroz de que, se o PS fosse o partido mais votado, seria andar para trás, era bancarrota, a falta de dinheiro para pensões, salários, subsídios, e sabe-se lá mais o quê. Perdia-se todo o "trabalho" até então realizado pela pandilha mais conhecida pelas siglas psd e cds. 

Realizado o acto eleitoral e conhecidos os respectivos resultados, eis que se muda a cassete (a tal cassete, aquela da qual o psd se apropriou). "Nós ganhamos as eleições temos o direito a formar governo", mas....chatice das chatices, não há deputados que cheguem para apoiar consistentemente a continuação da destruição do país, do estado social, do assalto aos salários e pensões, a venda do que resta do patrimônio do estado ( de todos nós)  a preços de saldo e a entrega continuada da nossa soberania à ganancia dos chamados mercados do grande capital internacional e aos desígnios da nato, bloco militar agressivo e desnecessário. 
Uma vez que os seus deputados não chegam para o que se pretende, coloca-se a necessidade de lançar apelos incessantes ao PS no sentido dum amplo apoio às suas políticas destrutivas, e desta forma a continuação de domínio do poder político executivo. É aqui que surge o lado bicudo da questão.  O PS não estará disposto a participar num governo na posição dum qualquer subalterno, apesar da oferta de segundo lugar a que essa figura abjeta a que chamam p. portas se disponibilizou dispensar. Afinal o partido que antes foi a desgraça do país, agora já serve para participar no conluio do que têm sido as governações danosas de há quase quarenta anos. Seria uma péssima decisão aceitar tal proposta depois de tudo quanto foi propagandeado durante os quatro anos da legislatura contra os socialistas.  Mas não é este o maior "drama" para essa direita radical chefiada por passos coelho/paulo portas e patrocinada por cavaco silva.  O fim do mundo e a "catástrofe" é a possibilidade evidente do PCP e BE apoiarem um governo do PS!  Após a decisão patriótica do PCP em anunciar que por sua parte não deixaria de haver entendimento à esquerda entre PS/PCP e BE para a formação dum governo que ponha fim ao estado de penúria a que votaram o país e a maioria do povo, é que se deu o grande "choque elétrico" que atingiu a Páf em toda a sua dimensão. De tal forma que os deixou nervosos e inquietos. Esse nervosismo nota-se em cada declaração e em cada entrevista dos seus elementos. Todos alinham pelo mesmo argumentário, o do chefe, sendo actualmente o absurdo da assinatura do acordo à esquerda que já deveria ser do conhecimento publico. Eles até diziam que esse entendimento devia ter sido anunciado antes das eleições. Enfim, a inquietação é tal que se contradizem ao dobrar de cada esquina, perdendo a capacidade de raciocinar com lógica. 
Quem em 2011 teve conhecimento antecipado da coligação que entretanto se formou, psd/cds??? E em actos eleitorais anteriores onde posteriormente o cds foi muleta doutros governos, quem se lembra de ter havido algum acordo antecipado de governação, escrito e assinado ???
Psd/cds perderam votos e deputados. O PS, apesar de não ter atingido o resultado a que se propôs, aumentou o numero de votos e deputados. O PCP também subiu no numero de votos e ganhou mais um deputado e o BE dobrou a sua representação parlamentar. Portanto, houve clara indicação do eleitorado para a formação da tão desejada coligação de esquerda. Que querem agora? 
Acordem os acordos que quiserem, mas respeitem a democracia e a vontade expressa do eleitorado nas urnas. 

Eles querem comer tudo, eles querem comer tudo e não deixar nada. 

Luis Cardeira

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A UE, A GRÉCIA E O RESPEITO PELAS DECISÕES SOBERANAS DOS POVOS.

Para quem se interessa por estas coisas da política (elas dizem-nos directamente respeito), não pode deixar de seguir com particular interesse o caso da Grécia.
O braço de ferro entre as partes está estabelecido e se a corda parte poderá não trazer beneficio a nenhum dos lados. O Syriza está a tentar não defraudar as expectativas dos que o escolheram para formar governo e, de certo modo, bater o pé aos poderosos que efectivamente mandam na UE. Sendo certo que a chantagem por estes exercida contra o povo grego, e por extensão aos povos do sul, é um facto! Sendo também um facto que esses poderosos só respeitam a autenticidade democrática quando o resultado lhes é favorável! Por outro lado os poderosos fazem todos os esforços para que o governo grego siga as políticas por eles impostas de modo a este sair queimado perante o seu povo e sobretudo perante os  que nele confiaram o seu voto.  Aceitar tais imposições seria uma derrota humilhante para o Syriza, seu governo e sobretudo para o povo grego.  De certa forma essa humilhação atingiria também os países do sul, por se encontrarem em situação semelhante. Mas existe o tal factor importante que obriga os poderosos a tomar alguns cuidados, não vá a Grécia ter que sair do euro, e nessa altura pode acontecer o principio do fim da UE, dominada por capitalismo retrógrado. A verificar-se o desmoronamento da união monetária e da UE, ficariam no imediato todos a perder, mas certamente, com a recuperação da soberania aos países mais pobres, seriam os mais ricos a não explorar da mesma forma os mais fracos. 
Ficaremos atentos, que os gregos não se dobrem perante os poderosos e arrogantes, e sirva de exemplo aos povos em circunstancias semelhantes, sobretudo a nós portugueses.

Os fortes nem sempre ganham!!!

Luis Cardeira