domingo, 23 de novembro de 2014

"O MENINO DE OURO".

Como é do conhecimento publico, este "menino" está apenas indiciado de diversos crimes, hipoteticamente cometidos enquanto governante, chefe de dois governos, por isso, não vamos desde já acusar o "menino" de criminoso. De mentiroso já foi acusado há muito e não faltarão gravações televisivas e radiofónicas para o demonstrar. Quando um político com as responsabilidades que ele teve, mostrou ser um mentiroso sem carácter, a veracidade das suspeitas que sobre ele recaem agora, ganham, perante os olhares do publico não socrático nem sectarista, uma dimensão maior com tendência para se aceitar como factos verdadeiros, aqueles de que está indiciado. Mas, vamos deixar que a justiça se faça com verdade e que esta ganhe a credibilidade perdida, que o povo volte a ter motivos para nela voltar a acreditar e sentir que não está tudo perdido neste País. Não obstante, os casos mediaticamente conhecidos de tanta corrupção e negócios de lesa pátria, com alguns detidos, outros com pulseiras electrónicas e outros ainda em prisão domiciliária! Dão-se os julgamentos, com o mínimo mediatismo em relação ao inicio dos respectivos processos, e quando damos conta nada aconteceu ou foram poucos os que efectivamente foram condenados. Condenados mas nunca confiscados dos valores que terão extorquido ao erário publico! Lembremo-nos do escandaloso caso financeiro do BPN em que terá havido trafulhice da grossa (por alguma razão esse banco foi nacionalizado e posteriormente quase oferecido) e não houve trafulhas. Principalmente neste caso se poderá perguntar que justiça foi esta, em que se deu conta dum enorme roubo e não há ladrões!
Provavelmente o caso do "menino de ouro" irá ter o mesmo caminho, ou não se trate duma figura publica de grande relevo. 
Em certa medida a sua condenação publica já está feita pela larga divulgação mediática, mas esta condenação não passa dum lampejo, da qual, daqui a alguns dias poucos se lembram, porque entretanto, outros casos mediáticos virão à luz do dia preencher as manchetes dos jornais, rádios e TV's, e tudo se dissipa rapidamente.   Quem nos diz que esta "bomba" não surgiu por mero acaso, ou não houvesse outras "bombas" a ocupar a comunicação social (BES, tecnoforma, citius, colocação de professores, vistos gold e a aproximação de eleições legislativas), e que não convém esquecer! 
Não tem faltado por aí quem, com linguagem politicamente correcta tente esbater o impacto que este caso poderá provocar nalguns sectores, sobretudo no partido então liderado pelo "menino de ouro", cujo novo secretário geral e seu antigo nº 2 foi eleito quase em simultâneo ao surgimento da noticia. Este não se fez esperar e veio de imediato dizer que não apaga o "menino" das fotos, ao invés (diz ele, desenterrando velhos mitos) do stalinismo. Digamos que o stalinismo foi coisa "má" e agora, o "menino de ouro" não é coisa boa .... mas fica  na foto.
Amigos não faltarão a seu lado e em sua defesa.
Ele (o seu partido) recebeu numa das eleições cerca de 2,5 milhões de votos e, certamente que entre estes, muito lhe são fiéis.
  
Angustiante é saber que, aconteça o que vier a acontecer, as vitimas das malfeitorias desta classe política decrépita (salvo as devidas excepções) são sempre a maioria do povo, o qual, resignado e fatalista, irá de novo escolher políticos da mesma estirpe, seja de forma prática e directa, ou sob a forma de alheamento total e indiferença.

Luis Cardeira

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