segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

AS CLASSES MÉDIAS, QUE FUTURO?

Antes de 25 de Abril de 1974 quase não existia a chamada classe média e poucas eram as pequenas e médias empresas existentes. Com o rompimento do anterior regime e com as novas perspectivas criadas com a instauração das liberdades fundamentais e da democracia, com a nacionalização das principais grandes empresas nacionais, foi possível o surgimento e proliferação das micro, pequenas e médias empresas, as quais têm uma importância vital no desenvolvimento económico do País e no emprego. É com este desenvolvimento que também emerge a tal classe social média ou novo riquismo, como lhe queiramos chamar.
Vejamos então qual o importante papel que esta classe social desempenha ao nível da política nacional. Se porventura somos mais pobres, incultos, com baixa formação escolar, se vivemos em zonas mais isoladas onde não chega qualquer tipo de desenvolvimento, em que a absorção da informação emitida pelos principais órgãos informativos dominantes é manipulada, não objectiva, cujas populações têm dificuldade em entender e interpretar. Teremos aqui uma camada da população pobre sob o ponto de vista material e cultural, (excepção feita à cultura tradicional e regional) cuja pobreza se pode reflectir de forma negativa nos actos político/eleitorais, levando a que estas gentes possam ser influenciadas ou simplesmente alheando-se destas coisas da política. Será falta de sorte pelo local onde se nasce?  Não creio...! Os políticos que têm dirigido os destinos do nosso País é que não têm tido sensibilidade (ou não querem) para com os problemas destas populações. Talvez assim seja mais fácil à classe política dominante "modelar" as mentes destas pessoas para seu proveito político...!
Temos depois as classes médias que, quando empobrecidas se encostam às esquerdas porque estas, duma forma ou doutra defendem melhor os seus interesses. Por outro lado, se estas classes sentem melhorado o seu nível de vida, sentem o seu estatuto social subir, comparam-se aos abastados, acabando no campo político das direitas. Com base nesta análise, não é difícil perceber que são basicamente estas classes que provocam as viragens políticas, do agora governo eu agora governas tu. Podemos afirmar que estas classes sociais estão sempre insatisfeitas, dado o seu comportamento político/partidário? Leva-nos a pensar que sim!
Mas, agora estamos partidáriamente perante um dilema. Esses partidos, PS/PSD/CDS, que têm ocupado o poder com a ajuda, sobretudo destas classes, com a sua prática política ao longo destes anos de democracia, levaram a que se privatizassem essas grandes empresas nacionais, se implantassem e apoderassem delas essa meia dúzia de capitalistas exploradores, que, ao invés de contribuírem para o bem da economia nacional, exploram-na até à ultima gota. Como consequência as micro, pequenas e médias  empresas sucumbem em catadupa, as classes médias desaparecem, desaparece o novo riquismo vaidoso e insatisfeito. E agora, que fazer? Aceita-se o fatalismo de que são todos iguais, que não há volta a dar, opta-se pela abstenção, voto branco, nulo? Não senhores classes médias, se temos responsabilidades com o que se passa actualmente no nosso País, também temos e devemos assumir a responsabilidade de contribuir activamente para alterar o rumo dos acontecimentos, seja através de possíveis eleições ou de outra forma menos ortodoxa! Digo "menos ortodaxa" porque se os exploradores e seus discípulos de serviço (governo) atacam sem dó nem piedade as nossas vidas, dentro e fora das leis, também nós o povo, temos o direito de se defender com a mesma moeda. Dispamo-nos de preconceitos político/partidários, aproveitemos as possibilidades ainda permitidas nesta debilitada democracia e vamos dar volta a este cenário sombrio e devastador das nossas vidas, contribuindo para o derrube urgente deste governo.
Vamos deixar de pensar que também somos ricos e capitalistas, esses são os belmiros, os alexandres, os amorins, os mexias, os catrogas, os f. de oliveira, os granadeiros, os r. salgado, os faria de oliveira, os ulriques e muitos outros. Permitam-me esta palavra hedionda, os nomes que acabei de enunciar são o principal "cancro" do nosso País, juntamente com os políticos que os bajulam.

Nota: nesta opinião critica às classes médias, só deve sentir-se atingido todo aquele que acha servir-lhe a carapuça. Nada tenho contra estas classes nem contra a sua ascensão económica e social, antes pelo contrário. A critica vai apenas no sentido do seu comportamento político/partidário, e que, sem sombra de duvidas, permitiu a dança das cadeiras do poder daqueles que nos conduziram à falência.

Luis Cardeira

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