São inúmeras as razões pelas quais uma boa parte da sociedade portuguesa está desencantada com a classe política. Este facto acaba por trazer a publico o aparecimento de grupos ou movimentos que se intitulam de independentes, sobretudo a nível local, visto que no contexto nacional ainda não é permitido. Assim, qualquer independente que pretenda concorrer a eleições gerais nacionais terá que se integrar em listas partidárias.
Sendo certo que a maioria das pessoas que se propõem criar esses movimentos independentes, são oriundas dos partidos tradicionais o que coloca à partida várias questões. Por um lado muitas delas já tinham exercido poderes em nome do partido a que pertenciam, por outro são pessoas que duma ou outra forma estiveram ligados a partidos.
-Primeira questão, que ideologia percorre o pensamento destas pessoas?
-Segundo, àqueles que já passaram pelo poder e pouco ou nada mostraram, que querem fazer como independentes?
-Terceiro, na qualidade de independentes acham que conseguiriam fazer melhor do que apoiados pelos respectivos partidos?
Meus senhores, deixe-mo-nos de oportunismos e mediatismos de que o povo está cansado, queremos sobretudo políticos sérios, competentes e de carácter nobre.
Os partidos não têm culpa de nada, são coisa abstracta. Falemos antes das pessoas que os integram, daquelas que, sem protagonismos nem pretensões pessoais querem e têm capacidade para fazer obra, daquela que resolve os principais problemas que afectam as populações, e não daqueles que apenas procuram vantagens pessoais.
A ideia com que se fica desta "moda" dos independentes, é que se zangaram com os respectivos partidos, uns por pretensões pessoais, outros porque não lhes foi reconhecida qualquer competência, por lutas intestinas pelo poder, outros por vinganças de estimação, etc... O mais lamentável disto tudo é quando se aproveitam da miséria e baixa cultura dalguns sectores da população para se promoverem. Temos o caso nacional mais vergonhoso e paradigmático dum senhor que, sendo presidente duma organização internacional, se candidatou à presidência da republica e se aproveitou dos votos granjeados e de algum suposto prestigio para seguidamente se candidatar oportunisticamente, não propriamente a deputado da nação, mas, à descarada pretensão de presidente da AR.
Luis Cardeira
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