quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

RESIGNAÇÃO, FATALISMO OU INTERESSES?

Referindo-se à forma desastrosa e ruinosa como Passos Coelho governa o País, alguém disse, "una-mo-nos e corremos com estas bestas do poder", ao que, seguidamente obtém como resposta, "e quem lá metes, aqueles que de lá saíram?"... Um terceiro interveniente acrescenta, "pior que este é difícil, melhor é complicado, mas sempre sairá alguma coisa!". Três posições distintas relativamente a quem ocupa actualmente o poder político. O primeiro acha que há sempre uma solução e não se resigna, o segundo entende que, mal por mal deixai lá estar este, porque melhor não virá. Ora, sabendo todos e reconhecido por muitos, inclusive na esfera ideológica deste 1º ministro, que a política seguida não leva à resolução de qualquer problema nacional, antes pelo contrário, agrava-os, mesmo assim acha que quanto pior melhor. Quem assim pensa terá perfeita consciência do rumo político, será fatalista por natureza, terá porventura privilégios mesquinhos a defender? Quem em sua perfeita consciência cívica de cidadão honesto pode pactuar com a continuação dum governo que ataca sem dó nem piedade aqueles que vivem dos rendimentos do trabalho, que pagam os seus impostos, que criam a riqueza do País, e defende sem reservas aqueles que espoliaram e continuam a espoliar dez milhões de portugueses? Será esta a forma de agir de muitas pessoas na sua vida privada, ao surgirem-lhe problemas assobiam para o lado e tudo se resolverá? Não me parece!
Uma nota sobre o terceiro, tanto se lhe faz...um abstencionista por acaso, daqueles que já votaram algumas vezes na "roda" das más governações!?
É sabido que o ser humano perante as adversidades consegue muitas vezes fazer das fraquezas forças, do desânimo alento e, como sugere o 1º ministro, há que aproveitar a "oportunidade" das dificuldades e passar à posição da prosperidade. As palavras são excelentes, mas, para se conseguirem determinados objectivos, as palavras por si só nada resolvem. São necessárias acções, e oportunidades que nos são constantemente negadas.
Caracterizando o estado actual do País, é como um naufrago em alto mar, vai mantendo-se à tona da água conforme pode e as forças o permitem. Se um socorro surgir a tempo salva-se, de outro modo não lhe resta alternativa, sucumbe.
Estando mais que testada a capacidade governativa de P. Coelho e seu governo, difícil não será encontrar em Portugal uma mão bem cheia de primeiros ministros que farão melhor que o actual.
O grande problema é que andamos há mais de trinta anos a escolher primeiros ministros ávidos de poder, apenas isso, e negligenciamos aqueles que, não mostrando essa avidez, provavelmente fariam mais e melhor pelo País.
Há sempre alguém de boa boa vontade, sem pretensiosismos, com sentido nobre, mesmo desprovido de muitos cursos académicos, capaz de fazer o que não foi feito durante estes anos de democracia. Basta olhar com atenção, despir-se de preconceitos ideológicos, não ser individualista e ter a noção que ao nosso lado existe mais alguém de quem podemos precisar.
Apesar dos contratempos havemos de conquistar um futuro melhor, sem fatalismo nem resignação, mesmo com a inercia de mentalidades tacanhas e oportunistas.

Luis Cardeira

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