Face à situação de profunda crise que o País atravessa e que atinge com uma violência brutal, sobretudo as camadas da população mais vulneráveis, temos
o desemprego, a chaga maior da sociedade que atinge os jovens em maior numero, cujo grupo etário devia estar na linha da frente na luta contra as políticas actuais. Salvo algumas louváveis excepções, o que vemos nos palcos da luta em grande numero são os menos jovens, muitos deles com conhecimento vivido do que foi a tirania fascista, daí a sua consciência de classe e vontade de enfrentar esta quadrilha de assaltantes, o governo actual.
Pressupõem-se serem sobretudo as camadas mais jovens o grosso dos abstencionistas e dos votos brancos, situação que revela um alheamento total pelas questões da política, como se ela não tivesse qualquer importância na vida de todos nós!?
Apesar dos desvios que sofreram a democracia e as governações de mentira e corrupção desde M. Soares como 1º ministro até ao momento, foi esse grupo etário que não teve tempo de brincar nem estudar, que não tinha telemóveis nem computadores, que construiu mal ou bem, com virtudes e defeitos, o País que até há pouco ainda se poderia considerar como tal. Sim, porque agora não somos um País, somos um terreiro de miséria e fome sem soberania, onde reina a lei da selva!!!
Quando olhamos grandes lutas contra tiranos de outros países, vemos quase só jovens, precisamente o contrário do que se passa no nosso País. Portanto, apetece perguntar à nossa juventude o que pensam do seu futuro e o dos seus filhos? Afinal que valores vos foram transmitidos? Será que a vossa vida passa apenas pelos telemóveis, iped's, ipod's, computadores, praia e futebol?
Não pretendo melindrar nenhum jovem, (também os tenho em casa, a quem procurei transmitir os melhores valores do que sei e posso) também o fui, mas, despertá-los para a realidade e do que poderá ainda vir, é dever de todos. Tomar plena consciência do momento actual deve ser um imperativo de todos os jovens que se sentem vitimas desta política, sob pena dum futuro muito difícil, sombrio, desumano e longo, à semelhança da ditadura de salazar e caetano, com sua policia política, PIDE/DGS, cujo estado estava ao serviço de alguns privilegiados, onde a maioria não tinha direito a férias, salários justos, saúde e educação; onde só os filhos dos mais abastados estudavam, onde na maior parte dos lares se dividia uma sardinha por três, a roupa era lavada ao fim de semana para se vestir na semana seguinte e só uns poucos podiam ter carro.
Por fim, um apelo aos jovens: se semearem, alguma coisa colhem, independentemente das "tempestades" que possam surgir. Se nada semearem, seguramente nada colhem, ou melhor, só colhem "tempestades"...!!!
Luis Cardeira
Luis Cardeira
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