quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A CARIDADE

Ainda a propósito da caridade.
Temos assistido ultimamente ao aparecimento e à produção de declarações nos diversos órgãos de comunicação social dominante, sobretudo as TV's, duma senhora (provavelmente de sra não tem nada...) muito dedicada à caridade, em que numa dessas declarações afirma que é mais adepta da caridade do que da solidariedade social, entre outras afirmações desonrosas e ofensivas da dignidade humana, dirigidas aos portugueses mais pobres.
É de todos conhecido que essa caridade pode matar a fome por um ou dois dias, mas não mata a fome na semana e no mês seguinte, e por aí fora.  No meu entender não creio que seja esta a forma de matar a fome às pessoas que resolve o problema de fundo, que é oferecer ás pessoas a oportunidade duma vida com dignidade, trabalhando, recebendo em troca o justo valor pela venda da sua mão- de-obra, criando assim  a sua estrutura de vida familiar, com independência económica. O que move então estas pessoas tão adeptas da caridade? Que interesses e vantagens procuram? Alguém que profere declarações, como as que proferiu Isabel Jonet no sentido do empobrecimento dum povo e duma nação, não estará certamente interessada no desenvolvimento e progresso saudável duma sociedade onde todos tenham oportunidades em pé de igualdade, sem descriminações de estatuto social, cultural, religioso, etc!
Uma conclusão se pode retirar destes interesses caridosos, é o hipotético desejo da continuidade e agravamento da pobreza, pois de outra forma não encontram meios para o protagonismo tão desejado nem tão pouco são presidentes de qualquer coisa. Já não cito outros interesses que poderão estar por detrás destas actividades...!!!
Também a igreja católica se dedica à promoção desta actividade através dos seus crentes, vá se lá saber porquê?  Uma instituição que dizem ser uma das mais poderosas e ricas do mundo. Será que reside na pobreza o seu futuro como instituição religiosa, dado que não é de todo desconhecido a sua decadência e dificuldade em atrair novas gerações para os seus quadros?
Mas, temos a outra forma de caridade, esta mais internacional e espectacular... Quantos de nós nos lembramos do avião que parte cheio de farinha de refugo para estados africanos, acompanhado das televisões, onde a morte pela fome é o pão de cada dia, vindo sobretudo daquele País "grande defensor dos direitos humanos", EUA, cuja farinha é muitas vezes distribuída como quem lança milho a um bando de pombos. Fosse este o mal menor, é que no dia seguinte segue outro avião, este sem as televisões por perto, carregado de armas e material de guerra para o mesmo País que no dia anterior recebeu a farinha caridosa e defensora dos tais direitos humanos, mas, a morte continua, agora não só pela fome, mas também pela guerra.  É o cinismo dos poderosos no seu expoente máximo!!!
Será que essa senhora, presidente do banco alimentar contra a fome, não é também portadora dum cinismo absurdo, tendo em conta as suas diferentes declarações sobre a pobreza em Portugal?

Luis Cardeira

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