sábado, 29 de dezembro de 2012

A MODA DOS INDEPENDENTES

É uma realidade que a classe política portuguesa está descredibilizada, tanto a nível nacional como local, embora pessoalmente entendo que há excepções, tenho motivos justificativos para tal afirmação. Contudo, continuamos a assistir a comentários por tudo quanto é sitio de que são todos iguais. Uns porque se sentem politicamente frustrados, outros porque têm sido enganados, outros porque lhes falta argumento de justificação em relação em quem têm votado, outros ainda porque lhes interessa que assim seja: colocar toda a classe política no mesmo patamar. Todos sabemos que é sempre errado generalizar, há sempre diferenças, melhores, piores e assim assim. Cada um tem que saber distinguir onde está o certo e o errado. Para isso há necessidade de procurar a melhor informação e analisá-la despreconceituadamente, embora saibamos que a comunicação social dominante é tendenciosa e transmite astuciosamente de forma a confundir ou levar o receptor a considerar verdadeiro aquilo que muitas vezes é meia verdade.
São inúmeras as razões pelas quais uma boa parte da sociedade portuguesa está desencantada com a classe política. Este facto acaba por trazer a publico o aparecimento de grupos ou movimentos que se intitulam de independentes, sobretudo a nível local, visto que no contexto nacional ainda não é permitido. Assim, qualquer independente que pretenda concorrer a eleições gerais nacionais terá que se integrar  em listas partidárias.
Sendo certo que a maioria das pessoas que se propõem criar esses movimentos independentes, são oriundas dos partidos tradicionais o que coloca à partida várias questões. Por um lado muitas delas já tinham exercido poderes em nome do partido a que pertenciam, por outro são pessoas que duma ou outra forma estiveram ligados a partidos.
-Primeira questão, que ideologia percorre o pensamento destas pessoas?
-Segundo, àqueles que já passaram pelo poder e pouco ou nada mostraram, que querem fazer como independentes?
-Terceiro, na qualidade de independentes acham que conseguiriam fazer melhor do que apoiados pelos respectivos partidos?
Meus senhores, deixe-mo-nos de oportunismos e mediatismos de que o povo está cansado, queremos sobretudo políticos sérios, competentes e de carácter nobre.
Os partidos não têm culpa de nada, são coisa abstracta. Falemos antes das pessoas que os integram, daquelas que, sem protagonismos nem pretensões pessoais querem e têm capacidade para fazer obra, daquela que resolve os principais problemas que afectam as populações, e não daqueles que apenas procuram vantagens pessoais.
A ideia com que se fica desta "moda" dos independentes, é que se zangaram com os respectivos partidos, uns por pretensões pessoais, outros porque não lhes foi reconhecida qualquer competência, por lutas intestinas pelo poder, outros por vinganças de estimação, etc... O mais lamentável disto tudo é quando se aproveitam da miséria e baixa cultura dalguns sectores da população para se promoverem. Temos o caso nacional mais vergonhoso e paradigmático dum senhor que, sendo presidente duma organização internacional, se candidatou à presidência da republica e se aproveitou dos votos granjeados e de algum suposto prestigio para seguidamente se candidatar oportunisticamente, não propriamente a deputado da nação, mas, à descarada pretensão de presidente da AR.

Luis Cardeira




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