sábado, 8 de março de 2014

UCRÂNIA, A LEGALIDADE E A DEMOCRACIA.


Comentar assuntos internacionais não será para todos com certeza, mas, 
convenhamos que há situações em que não é difícil dar uma opinião, mesmo não sendo jornalista ou especialista na matéria. 
Há situações tão claras e evidentes que não é necessário recorrer a meios de informação específicos, basta seguir com alguma atenção o que a comunicação social dominante nos vai "vendendo".
Posto isto não é novidade para ninguém que os recentes acontecimentos que levaram a um claro golpe de estado na Ucrânia com a ajuda de mercenários neonazis, alguns recrutados fora do País e que culminou com a destituição do presidente democraticamente eleito Viktor Yanukovych. 
Perante estas duas situações torna-se evidente que o presidente legitimo (quer se goste ou não) foi deposto das suas funções, e, tanto o que é dado saber através dum jornalista português, com bons conhecimentos do que se passa em toda a zona leste da Europa, ele foi obrigado a fugir por estar em risco a sua vida e da sua família. "Se não fugisse era pendurado", palavras desse jornalista insuspeito num canal de TV, reconhecendo também haver neonazis no meio desses grupos insurrectos.
É certo e sabido que o ocidente dum modo geral não considera ilegítimo o actual poder ucraniano, cujo poder foi usurpado pela força à democracia.

Transferimos então este cenário para Portugal onde grupos de milícias treinados e armados pela esquerda ou extrema esquerda, iriam tentar derrubar o presidente Cavaco Silva, (calhando havia razões mais fortes que na Ucrânia) eleito democraticamente. Nem é bom pensar no coro de políticos, comentadores e seus seguidores que iria fazer-se ouvir no mais recôndito canto deste País e mundo fora. Quanto à legitimidade e democraticidade actual do poder na Ucrânia, esses mesmos políticos e comentadores nada dizem!  Limitam-se a criticar a tomada de posição russa na Crimeia e a considerar Putim como o papão do leste Europeu, quando ao que se sabe há acordos entre a Ucrânia e a Rússia que permitem a esta tomar a iniciativa em questão. Quanto mais não fosse, estava em risco a segurança de largos milhares (se não milhões) de cidadãos russos. Ao contrário dos EUA que se permitem invadir um qualquer País sem permissão das instâncias internacionais e sem qualquer legitimidade.  Basta apenas que um País soberano seja rico em matérias primas apetecíveis e a sua política lhe seja adversa!

Não está aqui em causa se os ucranianos são maus e os russos os bons ou vice-versa, em causa está a atitude de gente que, quando interessa não importa a ilegalidade nem a defesa da democracia. Ao contrário, é a verborreia que conhecemos!!! 

Luis Cardeira

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