terça-feira, 9 de outubro de 2012

O BOM LADRÃO

É por demais evidente a nova forma de comunicar do governo, de outra maneira e como se viu com a TSU, os portugueses não entendem, como a carga é de tal forma pesada, o "burro" deu um coice de aviso e lá se foi apenas uma parte do pesadelo. Passado este aviso alguma coisa mudou para continuar na mesma ou pior, se avaliarmos a situação pela nova carga de impostos anunciada, desta vez pelo ministro das finanças. Com um pouco de atenção e análise verificamos que esta dose é muito mais pesada que a anterior, sendo caso para perguntar se depois dum sair à rua como há muitos anos não se verificava, no dia 15 Set, para não falar do dia 29, (que para alguns ela é conotada com a CGTP), como se todos não fossemos portugueses com os mesmos sentimentos e as mesmas necessidades...e agora com mais esta afronta à dignidade dos portugueses, os promotores da indignação do dia 15 continuam impávidos à espera que o governo nos ofereça alguma migalha "envenenada"? Sabemos que as fileiras daqueles que nunca se resignaram foram engrossando, mas, é necessário mais, e, não podemos esperar que alguém caia do céu e retire este governo do sitio onde nunca devia ter posto os pés. A continuar e com a nova estratégia de comunicação subtil e enganosa, temo que muitos portugueses se deixem iludir pela nova forma de apresentar as novas medidas de austeridade, acabando por desmobilizar. Se a mobilização de 15 de Set teve um objectivo claro e foi conseguido, provou-se que o povo unido e em massa pode fazer mudar muita coisa a seu favor, por conseguinte, a nova dose de austeridade dá ainda mais motivos para não ficarmos parados e continuar a luta até que seja devolvido o País aos portugueses. Porquê então o bom ladrão...? A governação desta equipa que dizem ser governo, mais não é que um ladrão que rouba um porco ao vizinho do lado com posterior conhecimento deste, o roubado por sua vez teme-o e não o enfrenta. O ladrão trata da matança, com aproveitamento total de todas as partes do animal, consome, distribui pela família e amigos, por fim lembra-se, em jeito de gozo e receio ao mesmo tempo, suspeitando que o lesado possa estar a preparar alguma cilada, e, oferece a este uma morcela no sentido que o vizinho ainda agradeça, porque afinal o larápio não é assim tão mau... Vejamos a nova estratégia do governo, reforçar a dose a aplicar, mais que o que acham necessário, e depois anunciar que na medida que vão reduzindo a despesa vão aliviando a carga fiscal. Isto é de facto dar uma morcela a quem der um porco, neste caso é roubar. Reparem na linguagem comum de alguns ministros sobre este pretenso aliviar da carga fiscal...!!! Resta-nos ler nas entrelinhas, analisar o que está por detrás de certa linguagem e não embarcarmos mais, seja em que forma de comunicação possam inventar. Se estes rapazes fossem tão bons profissionais para aquilo que estudaram como são para ludibriar o povo a aceitar sacrifícios, talvez o nosso País estivesse menos mal. Relembro aos menos atentos nestas andanças que a "treta" da comunicação de medidas austeras já vem de há mais de três décadas, estando aí o resultado de tudo quanto fomos acreditando.

Luis Cardeira

Sem comentários:

Enviar um comentário