Como já estamos habituados, não faltam elogios e apoios ao governo em cada visita da troika, de que Portugal está no bom caminho, que não vai ser necessário nenhuma renegociação da dívida publica e não será igual à Grécia, etc, etc...
Não é de admirar a origem destes apoios, por certo, onde este governo mais precisa de tal apoio não o encontra.
Que interesses existem afinal por detrás destes elogios? Não é certamente o apoio ao desenvolvimento da nossa economia, com a consequente criação de emprego e mais riqueza, isto não é novidade para ninguém! Não, o que eles apoiam são exactamente as medidas de austeridade, a pobreza geral dum povo, a destruição completa de direitos fundamentais adquiridos, a subjugação do nosso País aos interesses gananciosos do capital internacional, em suma, a nossa perda de soberania económica. Quando se perde este valor nacional, perde-se o resto! No fundo, a tentativa e esforço por manter no poder um governo que internamente perdeu todo e qualquer apoio, que está a um passo de cair, mas, que é perfeito como fiel serventuário dos interesses desta gente sem rosto e sem pudor.
Não precisamos ser especialistas para entender coisas acerca de como resolver os problemas por que estamos a atravessar. Para os menos jovens, basta olharmos para trás e ver o que nos ensina a história e a experiência.
Se, apesar de tudo o nosso País atingiu um determinado nível de prosperidade nestes anos de democracia, deve-se em primeiro lugar a esta mesma democracia, à instauração das liberdades fundamentais, ao aumento do salário mínimo, em geral de todos os salários, à criação de direitos e regalias próprios duma sociedade moderna e avançada, embora não tão avançada e disciplinada como desejável. Porém, não foi por causa da criação destes direitos e regalias que os pequenos e médios empresários deixaram de proliferar, de investir, de progredir e arrecadar seus lucros, antes pelo contrário...!
Portanto, podemos afirmar sem margem de erro que a criação de direitos e regalias aos trabalhadores, é directamente proporcional ao desenvolvimento e progresso da nação, da mesma forma está a retirada desses mesmos direitos para o afundamento e destruição de toda a economia. Estes pressupostos deviam ter a atenção dos pequenos e médios empresários, considerando-se muitos deles consciente ou inconscientemente de estatuto social elevado, são, tal como os trabalhadores, vitimas da tal ganancia do capital agiota. A prática do actual momento prova isso.
Por fim, o tal apoio vindo do exterior tem como objectivo principal a exploração, empobrecimento, miséria, condicionamento das liberdades fundamentais e da própria democracia, sujeitando o País ao seu domínio e humilhação.
É um facto que o povo só se levanta e contesta estas políticas das mais variadas formas, consoante o seu grau de agravamento, de aplicação e a repercussão que tem na vida dos diversos grupos sociais. Estando este governo determinado em prosseguir a política que nos conduz ao abismo, sem luz ao fundo do túnel, que já demonstrou estar errada, só resta ao povo uma alternativa, continuar a luta já desencadeada sem tréguas até este governo cair, e ele cairá...
Mas, que ninguém tenha dúvidas, se o povo quiser a inversão desta situação tem que haver um corte total com os políticos e com os respectivos partidos, responsáveis por esta situação começada a criar há mais de trinta anos. Coloca-se a questão, quem vai então tomar o poder? Simples, se continuarmos a usufruir dos princípios democráticos, basta que nos dispamos de preconceitos partidários e em eleições mudemos o sentido do nosso voto. Afinal uns não são tão iguais como outros, uns têm corruptos que a outros ainda não foram atribuídos.
O medo está a perder-se, resta perder-se o preconceito...!!!
Luis Cardeira
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