terça-feira, 7 de agosto de 2012

A DEMOCRACIA NAS EMPRESAS...




As empresas têm proprietários, sócios ou acionistas, caso se trate de empresas em nome, colectivo, anonimas e individuais.
É certo e sabido que quem manda nas empresas e toma decisões são os seus proprietários ou respectivas administrações em primeiro lugar, consultando eventualmente alguns dos seus colaboradores mais próximos. 
Também é sabido que para as empresas pr
oduzirem precisam de trabalhadores, muitos, poucos, ou nenhuns, dependendo da sua dimensão. (há casos em que os colaboradores são apenas os sócios)
Dito isto e falando nas empresas que colocam trabalhadores ao seu serviço, estes vão apenas desempenhar uma função que lhes é incumbida e ensinada, com ou sem formação especifica, onde cada um deles se revela com mais ou menos capacidade e interesse no desempenho da sua função.
As diretivas e as ordens são sempre emanadas dos seus quadros superiores, passando pelos intermédios até chegar ao trabalhador que vai executar essas ordens. Este por sua vez vai confrontar-se muitas vezes com situações inesperadas. É aqui que entra em ação a capacidade e a inteligencia do funcionário, capaz ou não de resolver com eficácia os problemas que lhe surgem. Muitas vezes a resolução dos problemas relaciona-se com a liberdade do trabalhador em ir mais além do que lhe foi incumbido. Quando se encontra refém de limitações impostas, outra solução não tem, que recorrer aos seus superiores para a solução do problema, o qual, por vezes o trabalhador tem bem identificado sabendo até com segurança a forma de o resolver. É aqui que pode entrar a democracia nas empresas. Poucos casos haverá em que o trabalhador tenha a liberdade de ir mais além das ordens recebidas, muito menos o pedido duma sugestão. Ora, por muito que saibamos numa determinada profissão, nunca sabemos tudo, o percurso duma vida profissional é uma aprendizagem constante. De salientar que, se um trabalhador tiver alguma liberdade para ir mais além do estabelecido, pode resolver um problema sem que tenha de recorrer a um seu superior, poupando tempo a este e, diminuindo o tempo de resolução.
Impõem-se a seguinte pergunta, quanto não terá a ganhar uma empresa que, sem preconceitos de estatuto, convida o seus trabalhadores a sugerir opiniões sobre o funcionamento e a forma organizativa de cada função? Estou plenamente convicto que todos tinham a ganhar, empregador e empregado, na organização, rapidez e eficácia, no desempenho de cada função.
Infelizmente não é isto que se passa na grande maioria das empresas portuguesas, por falta de alguma humildade intelectual e porque "eu é que sei e não admito que alguém aqui dentro saiba mais que eu, pago para trabalhar não para dar opiniões..."
É sabido que em muitas empresas da Europa existe esta abertura democrática aos empregados, também é sabido que dum modo geral as empresas europeias produzem com mais eficácia, são mais produtivas e com melhor qualidade que as portuguesas. (Salvaguardando as devidas excepções) Realçar o facto dos quadros intermédios de muitos países europeus terem melhor formação e outra mentalidade de acção prática de que os portugueses carecem, também este facto faz a diferença.
Por isso srs empresários, dispam-se de preconceitos, estimulem os vossos trabalhadores a participar em assuntos que porventura os ultrapassem, eles sentir-se-ão mais valorizados, empenhar-se-ão mais e melhor, provavelmente não cobram mais por isso, e, aumentarão os vossos lucros e prestigio da empresa.

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